A Virada Online foi idealizada e organizada por Jéssica Ipólito, Joice Berth, Juliana de Faria e Thaís Campolina com apenas quinze dias de antecedência. Inicialmente, as conversas giraram em torno do que organizar para o dia 28 de setembro e logo evoluíram para a criação de uma agenda de lives de organizações e pessoas diversas com debates sobre a legalização do aborto. Com a ideia definida, a Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto se somou a mobilização das comunicadoras feministas assim como, foram chamadas outras pessoas e organizações que poderiam se interessar em participar, bem como nomes proeminentes e lideranças na militância feminista, pessoas da medicina que poderiam contribuir e também organizações voltadas principalmente para os direitos sexuais e reprodutivos.
O objetivo principal da Virada Feminista Online #PrecisamosFalarSobreAborto 24h foi trazer o assunto da descriminalização e da legalização do aborto à tona e, assim, ampliar o debate sobre o tema. Muitas pessoas só têm contato com a discussão pela ótica conservadora, já que esta é a forma que o tema ocupa maior espaço na cultura brasileira. A Virada é uma forma de levantar o assunto sem moralismos, apresentar novas visões, trabalhá-las coletivamente e discuti-las com responsabilidade.
A hashtag eleita como ferramenta da ação foi impulsionada inicialmente pela Revista TPM (http://ego.globo.com/famosos/noticia/2014/11/leandra-leal-alessandra-negrini-e-outros-famosos-falam-sobre-aborto.html) em 2014 quando encamparam uma campanha virtual sobre a descriminalização do aborto envolvendo atores e atrizes falando sobre o assunto.
Com algumas confirmações de adesão à virada, criamos release jornalístico falando sobre a ação e divulgamos para a mídia tradicional e alternativa. Veículos como Justificando, Catraca Livre, Prosa Livre, M de Mulher, Estadão, Huffpost Brasil, Mídia Coletiva e outros repercutiram a ação e instigaram o público a participar da virada.
SOBRE A PARTICIPAÇÃO DA FRENTE NACIONAL CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DAS MULHERES E PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO NA VIRADA
2016 – PRIMEIRA EDIÇÃO DA VIRADA ONLINE
Com a chamada “Precisamos falar sobre aborto!” contra o legislativo ultraconservador que recusava qualquer movimento em direção à descriminalização do aborto e tomado por dogmas religiosos que cria e apóia projetos de lei e propostas de emendas à Constituição que buscam retroceder completamente no que já foi garantido em lei em relação ao aborto no Brasil. Foi assim que mais de 100 organizações que desenvolvem trabalhos em defesa dos direitos humanos das mulheres, contra a criminalização das mulheres e pela legalização do aborto no Brasil, convocaram a população a se juntar a elas nessa luta, no mês de setembro do ano de 2016 https://www.facebook.com/events/1758833300996227/
A mobilização virtual, sob a insígnia #PrecisamosFalarSobreAborto promoveu 24 horas de ativismo nas redes sociais, mostrando o que está acontecendo na vida real contra os direitos das mulheres. Já no dia 28, a mobilização ocorreu nas ruas como forma de marcar o Dia de Luta pela Legalização do Aborto, em toda a América Latina e Caribe.
Como forma de divulgar a Virada, foi organizado um “esquenta da virada” que contou com debates ao vivo, via Facebook da Frente Nacional pela Legalização do Aborto, durante o setembro daquele ano. As atividades contaram com a participação de especialistas sobre o tema, ativistas e personalidades do mundo artístico e científico do Brasil e outros países da América Latina e do Caribe.
Dentre as presenças: Lúcia Xavier/ONG Criola, Djamila Ribeiro, Joice Berth, Setorial de Mulheres Intervozes, Karina Buhr, Elisa Lucinda, Maria Bethânia Ávila.
A programação de transmissões ao vivo (lives) ficou descrita no evento do Facebook (https://goo.gl/UStNBh), e utilizamos os recursos da página do evento para convidar pessoas a participar da virada. O evento no facebook serviu como um repositório de links de textos sobre o assunto e matérias anunciando a Virada conforme iam surgindo na mídia durante a semana que antecedeu o evento. No dia 28 foi feita a chamada para as lives na página do evento para facilitar a divulgação. Também no dia da Virada, o Ativismo de Sofá e a Think Olga utilizaram suas contas no Twitter para divulgar os links das lives e participar do tuitaço. Clara Averbuck, Karina Buhr, Debora Diniz, Revista AzMina, Revista Galileu, Renata Côrrea, Carol Patrocínio, Melânia Amorim, Dj Luana Hansen, Olímpio Moraes, ONU Mulheres, Maternativa, Ativismo de Sofá, MinasNerds, Silva Camurça, Amelinha Teles, CFEMEA, Vulva Revolução e outras mulheres e coletivos participaram da ação e falaram sobre ela em suas redes sociais. Maru Casanova, uruguaia, foi uma participação especial que trouxe a realidade do Uruguai para a discussão. Maria Teresa Blandón da Nicarágua também participou da Virada contando a situação de criminalização das mulheres em seu país.
2018 – SEGUNDA EDIÇÃO DA VIRADA ONLINE
A segunda edição da Virada Feminista Online foi importante para fomentar um debate de qualidade e combater os mitos sobre o aborto. A gravidade dos acontecimentos políticos, econômicos e sociais intensificam a necessidade da discussão continuar e ser ampliada ao máximo, já que em tempos como esses, os direitos das mulheres são alvo desta ação conservadora.
Para a ação de 2018, foram convidadas mulheres de outros países da América Latina a fazerem transmissões ao vivo sobre a situação dos direitos reprodutivos e sexuais nos seus respectivos países e ampliar a diversidade de nomes de mulheres e organizações brasileiras. Ampliar a agenda de lives se faz importante como forma de tratar o tema com diferentes enfoques, porque consideramos que isso pode ampliar o público interessado a acompanhar o evento. Para nós é essencial que se fale dos projetos de lei, como o Estatuto do Nascituro, que estão tramitando no legislativo e que podem afetar nossos direitos; bem como buscar falas de pessoas de diversas áreas, não apenas militantes como forma de ter maior alcance.
Dentre as convidadas e organizações participantes, tivemos: Sonia Correa, Sônia Coelho, Marcha Mundial das Mulheres, Clair Castilhos, Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Graça Samo, Marcha Mundial das Mulheres de Moçambique, Coletivo de mães feministas, Jéssica Ipólito, Flávia Simas e Thaís Campolina, do Ativismo de Sofá. Simone Alves, Coletivo Do Calafate, Leticia Alves do Zine Útero Livre, Paula Viana, Grupo Curumim. Juneia Batista, Setorial de Mulheres da CUT. Schuma Schumaher, Bianca Cardoso, Blogueiras feministas, Mari Serrano da Rede Feminista de Juristas, Silvia Camurça, SOS Corpo, Romi Márcia Bencke, Joanna Burigo, Valdecir Nascimento, Odara – Instituto da Mulher Negra, Luciana Boiteux, Héloïse Prévost, Auréline Cardoso. Melania Amorim. Marielle Franco, PSOL. Lilian Celiberti, Ana Gabriela Ribeiro e Pamela Machado da Camtra Casa da Mulher Trabalhadora. Levante Popular da Juventude. Lady’s Comics e Carol Rossetti. Carolina de Assis Vitória Régia da Silva, da Gênero e Número. Marília Moschkovich. Jacira Melo, Agência Patrícia Galvão. Think Olga, Sabrina Cartabia e Cecília Palmeiro Ni una menos. Susana Chavez, Eleonora Menicucci. Católicas Direito de Decidir. Flávia de Mattos Motta, Marta Giane. Tathi Nicacia, Winnie Bueno, Natata Canto, Antonia Pellegrino, Silvia Badim, Ana Cristina Gonzalez, Ana Teresa Derraik, Cris Nascimento, Loucas da Pedra Lilás. Débora Diniz. Anis – Instituto de Bioética. Emanuelle Goes.
A partir de 2018, a organização da Virada mudou sua estratégia e contou com ações nas ruas. Em 2020, por conta da pandemia de coronavírus, as ações são retomadas de forma online, mas com o foco no Alerta Feminista. (link da publicação no site)
A memória das Viradas pode ser acessada na página do youtube: Virada Feminista Online – YouTube