Nota de Solidariedade
Na madrugada de hoje, 28 de setembro, Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto, algumas companheiras de luta foram detidas por propagarem a ideia dos direitos reprodutivos às mulheres da nossa classe.
Prestamos nossa solidariedade e apoio a estas mulheres e ao companheiro que participava da ação, entendendo que suas dores também são as dores de nossa classe.
A luta pela descriminalização e legalização do aborto se faz urgente em uma conjuntura de retrocessos impostos pelo avanço do conservadorismo e do neofascismo que acirra ainda mais a violência do patriarcado sobre os corpos que fogem ao padrão cristão-heterocisnormativo.
Em Fortaleza, a aprovação da lei municipal n° 11.159, representa uma materialização de ações patriarcais que limitará ainda mais o acesso aos direitos reprodutivos por parte das mulheres da classe trabalhadora.
Porém, esse episódio deve ser analisado em uma totalidade, em que diversas cidades do Brasil têm implementado esse tipo de legislação (inconstitucional, diga-se de passagem), a partir de pressões de bancadas conservadoras, evangélicas e católicas fundamentalistas, quebrando o princípio do Estado laico e contornando o Direito ao Aborto Legal e Seguro.
Segundo artigo publicado no Caderno de Saúde Pública n° 36, entre 2008 e 2015, ocorreram cerca de 1,4 milhões de internações por procedimentos relacionados ao aborto. “De 2006 a 2015, foram encontrados 770 óbitos maternos” causados por abortos inseguros, em sua maioria de mulheres negras periféricas, indígenas e menores de 14 anos. Isso sem contar os dados não oficiais.
“O que mata não é o aborto, é a clandestinidade”. Por isso, FAZ-SE URGENTE A LUTA PELA DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO DO ABORTO SEGURO, PÚBLICO, GRATUITO, HUMANIZADO E DE QUALIDADE ÀS MULHERES E PESSOAS QUE GESTAM DA CLASSE TRABALHADORA.
VAMOS ÀS RUAS HOJE 15H NO PAÇO MUNICIPAL!
FEMINISMO CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!
https://www.instagram.com/p/CUXqHLPlpuz/?utm_medium=share_sheet